Knepper examina as emoções por trás do ser humano
Quando os robôs se tornarem comuns em nossas casas e locais de trabalho, como nos relacionaremos com eles? Vamos tratá-los com dignidade e respeito ou considerá-los cidadãos de segunda classe? Poderíamos desenvolver relacionamentos emocionais com eles?
"Nós, engenheiros, temos o dever de planejar isso", diz Ross Knepper, professor assistente de ciência da computação. Knepper abordou a questão em uma palestra, "Autonomy, Embodiment and Anthropomorphism: the Ethics of Robotics", em 24 de abril, parte de uma série semanal sobre "O surgimento de máquinas inteligentes: desafios e oportunidades".
Os robôs que encontrarmos serão "incorporados" - há uma máquina parada ali; não é apenas a voz desencarnada de uma inteligência artificial correndo em uma caixa. E eles serão "autônomos", tomando suas próprias decisões sobre o que fazer: você não está controlando a máquina com um joystick. (Isto não é livre arbítrio, enfatizou Knepper; uma vez que o robô está seguindo sua programação, o que você vê é "operação humana deslocada no tempo".)
Mas, como resultado dessa combinação, antropomorfizamos, respondendo ao robô como se fosse humano.
Knepper construiu pequenos robôs que montam móveis da Ikea. Parte de sua programação é pedir ajuda a um humano quando necessário: "Por favor, localize o número da peça F-13." Ele descobriu que, quando isso acontece, os visitantes de seu laboratório conversam com os robôs como se fossem crianças pequenas.
Algumas pessoas pintam rostos em seus aspiradores robôs Roomba. Robôs feitos na forma de cachorros ou bichos de pelúcia às vezes provocam as mesmas respostas que os animais reais.
O elefante na sala acaba sendo robôs sexuais (recentemente introduzidos no Japão). Nas pesquisas, muitas pessoas acham que isso é bom, para reduzir a prostituição e prevenir a disseminação de DSTs. Mas a maioria concorda que esses robôs não devem expressar emoções.
Quaisquer que sejam os tipos de robôs envolvidos, podemos nos encontrar no "vale misterioso" - frequentemente uma preocupação dos criadores de filmes de animação - onde algo que parece muito próximo do humano, mas não perfeito, causará desconforto ou até repulsa.
Knepper abriu com o vídeo atualmente viral de uma garotinha conversando com um aquecedor de água, pensando que era um robô. Ela acaba abraçando-o. Mas então havia o "Hitchbot", um robô que foi enviado para tentar pegar carona pelos Estados Unidos, mas acabou vandalizado. "Um experimento na humanidade que falhou", disse Knepper.
O futuro pode depender de como os engenheiros ensinam os robôs a se comportar, mas o resultado final, disse Knepper, é: "Como tratamos os robôs reflete como tratamos as pessoas".
Não é apenas um problema para os engenheiros.
A série de palestras, embora aberta ao público, faz parte de um curso, CS 4732, "Ethical and Social Issues in AI".
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